29.4.07

Exercícios de Caramuru, O uraguai e orientações para o trabalho

Ok, pessoas, minhas criaturinhas do pântano lindas que eu amo tanto!

Como eu prometi, divirtam-se com os exercícios (e suas respostas) e com a orientação do trabalho (um oferecimento especial de Ana Beatriz e Débora para vocês! O que vocês me pedem sorrindo que eu não faço com um sorriso maior ainda além de divulgar as respostas ANTES de uma prova? ;-) Nadica mesmo!).

Beijinhos e aproveitem o feriado. Porque euzinha mesmo vou corrigir prova! Eita vida de professor!!


Exercícios

Questão 1: O tema da morte por amor, evocado no episódio do assassinato de Inês de Castro. A diferença é que Inês foi assassinada, sua morte foi provocada por outras pessoas; Moema e Lindóia, por sua vez, deixam-se morrer porque seu amor se tornou impossível: Lindóia procura a morte na floresta e se deixa picar por uma cobra por não conseguir continuar vivendo sem Cacambo; Moema se deixa afogar pelas ondas do mar porque não consegue viver sem a presença de Diogo, que está partindo. Notem que o único amor não correspondido é o de Moema.

Quanto ao evento mais dramático, há aí uma questão bastante pessoal. Eu, particularmente, considero que dos três, sem dúvida, a morte de Inês é mais chocante, até porque a morte não foi procurada por ela. Já entre a morte de Lindóia e a de Moema, eu fico com a primeira. O ponto de vista do narrador, a partir das impressões de Caitutu sobre o morte da irmã tem uma emocionalidade bastante aflorada. Já a morte de Moema é reduzida ao lamento de uma mulher que se considera traída. Trata-se de um escândalo de uma barraqueira, quase, e ainda por cima sem o menor fundamento, pois Diogo nunca deu bola para índia nenhuma a não ser Paraguaçu. Moema só aparece mesmo para morrer. Santa Rita Durão bem que tentou criar um episódio de morte por amor, mas acabou criando uma louca ciumenta obsessiva, como umas personagens de filme de suspense americano classe B. A única diferença é que ela não tentou, como as personagens desses filmes, matar alguém, só a si mesma.


Questão 2: Não há diferença entre a linguagem do narrador e a linguagem dos personagens indígenas em Caramuru. Santa Rita Durão preferiu investir no artificialismo da linguagem para tentar manter a sobriedade e eloqüência da epopéia. Não culpem o coitado! Até José de Alencar vai fazer isso com Peri! A adaptação da linguagem literária à linguagem do povo , salvo algumas exceções, só vai acontecer mesmo no modernismo. Oswald de Andrade que o diga! (Eita, olha a dica!!)

Questão 3: A relação entre personagem e natureza é mais harmônica na morte de Lindóia do que na morte de Moema. Vejam que o mar engole Moema, ela é morta por ele, mas queria, na verdade, ir embora com Diogo. Lindóia não. Ela quer morrer e busca ajuda da floresta para isso. Lindóia está triste e a natureza ao seu redor também é lúgubre (depressiva, sombria, triste): o bosque "escuro e negro" é um "lugar delicioso e triste" e ela escolhe esse lugar para morrer. Lindóia permite que a cobra a envenene, ela deixa a natureza agir sobre ela, segundo o seu desejo. O mar, para Moema, porém, é um obstáculo que a separa de Diogo, e que procura impedir o amor da índia. Veja que Moema tem "ardor" no peito e é tanto ardor que "nem tanta água que flutua vaga / ... / banhando apaga". O obstáculo deveria apagar o amor de Moema, mas não consegue e nem ela deseja que isso aconteça.
Uma observação: notaram que eu deixei um trecho na citação assim: "/.../"? Para colocar o trecho na ordem direta, eu tive que pular uma estrutura. Estando na ordem indireta (e mais difícil de se entender por causa disso), há aí (e em muitas outras partes dos dois poemas) um hipérbato, ou inversão! Lembrem-se que isso é típico da epopéia de Camões e vai continuar nas epopéias brasileiras do século XIX.

Questão 4: O fato de Diogo ser tão religioso e de a mulher que escolhe para ser esposa ser uma índia acima das outras índias porque tem características de branca ressalta a superioridade dos portugueses sobre os índios. O indígena que se submete ao branco e à catequese é que é valorizado e é quem pode ascender ao poder social e político na região, pois assim ele deixa der "índio" e passa a ser um "homem civilizado" (ou mulher). E é essa associação entre civilidade e a compleição física e a cultura branca que fazem com que Diogo escolha Paraguaçu. Ela é menos selvagem, mais civilizada, mais apresentável como esposa para a coroa portuguesa.

Questão 5: O poema Caramuru conta como um único português, Diogo Álvares, através da sua inteligência e religiosidade, domina todas as nações indígenas do litoral da região de Salvador e de Itaparica. Trata-se de um poema que elogia o sucesso português em domar o território e a gente selvagem do Brasil, salvando-a da perdição que os hábitos pagãos representavam. Elegia-se, na obra, portanto, os feitos portugueses, tal qual Camões elogia a conquista do Atlântico por Portugal. A diferença principal é que Camões também critica, enquanto Santa Rita Durão é puramente ufanista (não lembra o que é ufanista? Pegue o dicionário, ué!)
Já em O Uraguai há um caráter crítico bem mais acentuado. Lembrem-se que Basílio da Gama não era realmente contrário aos jesuítas (do contrário ele não teria sido preso por se corresponder com um!). A obra foi um artifício para ele "limpar a barra" com o Marquês de Pombal. E é por isso que a obra é elogiosa, pero no mucho. O fato é que, em relação aos jesuítas, Gama se obriga a fazer rasgados elogios à ação portuguesa, mas quanto ao efeito disso na população indígena há um tom muito amargo no poema. Os índios, lembrem-se, foram chacinados na região das Missões, e a simpatia com que Gama os apresenta na epopéia não poderia deixar de lamentar a guerra. Enquanto em Caramuru o elogio à ação portuguesa se faz sem ressalvas, em O Uraguai o elogio é mais crítico, pois o herói, Gomes Freire de Andrade, demonstra que há certa injustiça na luta contra os índios, embora tenha que cumprir seu dever, este sim legítimo, de acabar com o domínio dos malvados jesuítas.


Trabalho

Dicazinhas sobre o trabalho:

1 - Enxuguem a pesquisa sobre Oswald. Concentrem-se nele. Sobre o movimento a que ele pertenceu (o Modernismo) e as correntes do modernismo em que ele se insere (Movimento do Pau-Brasil e Antropofagia) não são necessárias páginas e páginas de pesquisa. As informações essenciais que expliquem as ideologias desses três elementos são suficientes.

2 - Sobre o poema de Oswald de Andrade, pensem na simbologia do ato de "vestir" e de "despir". Lembrem-se que a forma como nos vestimos é um reflexo do grupo social a que pertencemos. As vestimentas de uma população refletem seus hábitos, suas visões do belo e do feio, seus gostos, enfim, sua cultura. Atentem também para as condições de chegada dos portugueses: em uma, "debaixo de bruta chuva", há um evento; na outra "uma manhã de sol" acontece outra coisa. As condições externas, alheias à nossa vontade, influenciam o que acontece conosco. Vocês podem se preparar para ir a uma festa com a roupa mais linda. Mas se no dia faz muito calor e a programação era uma roupa pesada, escura, é preciso mudar de planos, para que haja uma adaptação a essa condição externa. Se for o contrário: roupa leve, bem fresquinha, e o tempo está frio, é preciso mudar o roteiro para uma nova adaptação a essa condição externa.
Visto isso, agora pensem um pouco: o que é o ato de "vestir" e de "despir" nessa situação de encontro de civilizações? Que condição externa representa a chuva e o sol?

3 - Uma metáfora é uma comparação implícita. Se eu digo que "Sigismunda fala como uma matraca" eu comparo Sigismunda a uma matraca. Mas se eu digo que "Sigismunda é uma matraca", eu uso uma metáfora. Sigismunda, coitada, não é uma matraca de verdade. Ela se parece com uma porque as duas têm um elemento em comum: fazem muito barulho. Para maiores informações, pesquisem nos livros de vocês e na internet sobre metáforas, ok?

Beijinhos e fiquem com Deus! Sejam felizes!

22.4.07

As questões da prova

A primeira questão direcionava a leitura do texto para o fato de o autor responsabilizar os índios e não os franceses pelas mortes e danos à região. O enunciado pedia que, para se construir a resposta, fosse considerada a tecnologia dos dois povos.
É de conhecimento universal que as armas mais poderosas, no século XVI, pertenciam aos brancos, sendo, portanto, mais provável que o dano fosse feito pelos franceses, não pelos índios. Assoma-se a isso o fato de a França ter interesses econômicos grandes na exploração do pau-brasil, interesse de lucro que o indígena não possuía. Portanto, o lucro com os ataques aos portugueses é dos franceses e não dos indígenas, alvo fácil dos embates contra as armas européias.
A partir desta reflexão, a resposta que corretamente pode-se inferir do texto para essa pergunta é de que a responsabilização indígena é incorreta, visto que os franceses é que tinham interesse econômico no ataque e poderio militar para provocar tantos estragos.
A partir daí, segue-se a segunda reflexão: que interesse o relator, o informante português tem para atribuir essa responsabilidade a indígenas e não a franceses? Duas possibilidades são as mais evidentes: os indígenas, naquele tempo, como vimos nos demais textos da literatura de informação, eram considerados selvagens, inferiores e perigosos. Portanto, há uma natural tendência de, entre um branco civilizado e um indígena selvagem, atribuir a ação aos gentios. Além disso, uma atribuição dos ataques aos franceses poderia provocar conflitos muito mais preocupantes, dada a força econômica e bélica da França.

A segunda questão, de um vestibular da UFPB, apresentava três afirmações sobre o texto e solicitava que se assinalasse a alternativa que apresentava a correta (ou as corretas).
A primeira proposição afirma que o texto faz parte da literatura de informação e justifica essa classificação a partir do objetivo: informar a Portugal sobre a colônia. Essa proposição é verdadeira, tanto no conceito que apresenta de literatura de informação como na classificação do texto de Gabriel Soares, que visa relatar os estragos supostamente provocados por índios nas capitanias de Pernambuco e de Itamaracá.
A segunda proposição afirma que o texto reflete um modelo literário luso-brasileira. Está incorreta, pois, para seguir um modelo literário luso-brasileiro, supõe-se que há produção literária efetivamente, ou seja, produção artística. Além disso, usou-se o adjetivo luso-brasileiro, que assinala uma identidade brasileira que já se firma, embora ainda em associação com a portuguesa. Isso aconteceu nos séculos e movimentos seguintes, mas não no Quinhentismo.
A terceira proposição assinala a importância do Quinhentismo na tradição literária brasileira. Isso foi visto e constantemente repetido em sala: embora não seja literatura, o Quinhentimos inicia a descoberta da identidade brasileira, sendo, portanto, fundador de tradição, que será rejeitada ou copiada pelos movimentos seguintes.
Feitas estas considerações, pode-se perceber que a alternativa correta é aquela que indicar como verdadeiras as proposições I e III. De acordo com o tipo de prova, logicamente, o gabarito se altera.

A terceira questão faz afirmações sobre a carta de Caminha. Era uma questão bastante fácil e nela fica uma dica de vestibular: três alternativas eliminavam a si mesmas e, portanto, a resposta ficava já restrita a uma delas. Observe:

Não há preocupação com a conquista material.
A única preocupação era a catequese dos índios.
Apresenta tato preocupação material quanto espiritual.


Se não há preocupação material na conquista da terra, evidentemente a única preocupação é espiritual. Assim, considerando-se a primeira alternativa verdadeira, a segunda obrigatoriamente se torna verdadeira também, o que é um vício. Já se considerarmos que há os dois tipos de preocupação, as duas proposições se tornam inválidas. Detalhe: uma questão muito parecida foi vista na revisão da informática e comentamos exatamente este ponto.

Ok, você se pergunta, e as outras duas afirmações, porque estão erradas? Vejamos:

Não cita, em momento algum, os nativos brasileiros.
É representativa do pensamento contra-reformista


Dizer que a Carta de Caminha não cita nossos índios é ter faltado praticamente todas as aulas de fevereiro e nem ter parado para ler as fichas. Absurda esta afirmação. Já afirmar que ela é representativa do pensamento contra-reformista significa dizer que ela ideologicamente tem como principal objetivo combater as heresias reformistas, afastar o homem do pecado e mantê-lo contrito com o catolicismo. A carta possui uma preocupação com a catequese que é reformista, mas seu objetivo principal não é esse. A literatura que vai realmente representar o pensamento contra-reformista será a literatura de catequese do século XVI e a literatura barroca do século XVII.

A questão 4 foi extremamente batida na revisão. Em Portugal há Quinhentismo porque esta é a denominação genérica para a produção cultural do século XVI. E há Classicismo porque este é o movimento artístico fruto do Renascimento. Já no Brasil não há Classicismo, porque não há produção de literatura. Os nossos escritos não são obras de arte, seu propósito é informativo ou catequético. Há Quinhentismo, porém, pois há produção de cultura.

As questões 5 e 6 tratavam da fala do Velho do Restelo de Os lusíadas. Esse foi o trecho do poema em que mais batemos da tecla. Vimos em sala e na revisão da informática que é uma das partes em que Camões faz a crítica às grandes navegações, e que a outra era o epílogo.

Sabendo disso, já pelos verbos poderíamos eliminar alternativas. Veja:

Abençoa
Critica
Emociona-se
Destrata
Adverte


Abençoar e emocionar-se estão fora de cogitação. Lendo as outras afirmações temos que:
Critica as navegações portuguesas por considerar que elas se baseiam na cobiça e busca de fama.
Destrata os marinheiros por não o terem convidado a participar de tão importante empresa.
Adverte os marinheiros portugueses dos perigos que eles podem encontrar para buscar fama em outras terras.

Das três a segunda se torna impossível sem nem ser necessária a leitura do trecho apresentado. Se o velho do Restelo é contra a navegação para as Índias, não há sentido em ele desejar ser levado para ela. E se alguém ficou em dúvida entre a primeira e a última, era só ler o texto. O velho menciona, vagamente, que há perigos na viagem, mas ele não intenta dissuadir os marinheiros, advertindo-os. Seu lamento se faz pelo fato de as navegações, no seu ponto de vista, visarem a fama, a glória e a riqueza, a despeito do sofrimento que isso possa causar. Essa parte do texto, por sinal, foi vista em ficha e resolvida em sala.
Portanto, a resposta é a alternativa em que se afirma que o velho critica as navegações portuguesas.

A questão seguinte era pura interpretação. E nem de texto, mas de frase. Pedia-se, apenas, que fosse indicada a relação lógica entre as idéias dos versos Chamam-te ilustre, chamam-te subida, / Sendo digna de infames vitupérios.
O primeiro verso mostra que Portugal era uma nação conhecida como grande nação, ilustre, subida, isto é, no alto. Já o segundo diz que o país é digno de infames maldições, xingamentos. Sendo as duas idéias contrárias, claro que a alternativa só pode ser a que afirma que a relação é de oposição.

A questão 7 era sobre o Renascimento, movimento cultural do qual deriva o movimento artístico classicista. Eu orientei para que revissem os trabalhos para a prova, não foi? Pois é, estavam avisados.
Em estrutura semelhante à questão 2, aqui se apresentavam informações sobre o Renascimento e se pedia que fosse assinalada a alternativa que contivesse as afirmações corretas. Analisemos cada uma então.

A primeira afirmação atesta que o Renascimento se caracterizou pela valorização da razão, do experimento e pelo humanismo. Afirmativa perfeitamente correta e fácil de relacionar a um movimento que enfatiza a razão e a ciência, em oposição à religiosidade medieval. O termo humanismo conecta-se imediatamente ao conceito de antropocentrismo, tão prezado pelos renascentistas.
A segunda afirmação atesta que o movimento expressou o universo mental da nova sociedade, a sociedade burguesa. Ora, o século XVI foi justamente marcado pela transição da sociedade feudal para a sociedade burguesa, que vai se firmar como classe dominante um pouco depois. É no século XVI que o comércio mercantilista se estabelece, em que a economia se centraliza. O que é a exploração das colônias americanas senão uma exploração burguesa (na maior parte da América, pelo menos) de uma terra inexplorada, onde havia a oportunidade do homem livre europeu se tornar senhor de si mesmo?
A terceira proposição afirma que caracterizam o Renascimento o individualismo, o naturalismo e o heliocentrismo. Foi nesta época que a teoria heliocêntrica surgiu pela primeira vez, o que torna a alternativa verdadeira. Também o movimento prega que o homem é senhor do próprio destino, o que o torna individualista. O naturalismo é a busca pela experiência natural, científica, que também tipificaram o século XVI.
A última proposição afirma que é característico do período renascentista produzir obras que glorificavam o Estado, o príncipe e enobreciam sua origem. Quem fez o trabalho com atenção, viu que surge aí o primeiro conceito de absolutismo, doutrina que se opõe diretamente ao modelo de governo medieval. Correta a firmação, portanto.
Analisadas as proposições, verifica-se que a alternativa correta é aquela que apresenta todas as afirmações como corretas.

A penúltima questão da prova, com o texto Mulheres de Atenas, era, também, a mais simples delas. A questão pedia que se relacionasse o texto com o movimento classicista. A relação mais óbvia e mais profunda é o fato de o texto e o movimento assumirem a cultura grega como um modelo a ser seguido. Mirar-se no exemplo das mulheres de Atenas é mirar-se no exemplo dos gregos que a cidade representa. Em princípio é esta a relação estabelecida.
Alguns alunos me surpreenderam relacionando o luto das mulheres de Atenas ao luto das mulheres e das famílias que o Velho do Restelo menciona em seu lamento. Foi uma leitura interessante essa, e mereceu ser bonificada com parte da pontuação. Pena que vocês complicaram a coisa mais do que ela realmente era e não buscaram no texto aquilo que ele tinha de mais concreto.

A última questão foi IDÊNTICA a uma questão de ficha. Apenas o poema de Fernando Pessoa foi trocado. Ela pediu que se classificasse a relação do texto de Fernando Pessoa com o texto da fala do Velho do Restelo e do epílogo de Os lusíadas em paráfrase e paródia e justificasse essa classificação. Ora, vimos em aula e em revisão que nesses dois trechos há a crítica de Camões às grandes navegações. Quem não tinha certeza disso bastava reler o trecho disposto para as questões 5 e 6. O texto de Fernando Pessoa também apresenta um tom melancólico, desesperançoso, pois o país encontra-se em ruínas. O futuro de Portugal, incerto, pobre, sem brilho, como Camões profetizou em Os lusíadas. Há portanto, uma paráfrase na relação dos trechos com o poema, visto que compartilham de uma visão amarga sobre as conseqüências das grandes navegações.